Inaugura amanhã às 16.00h, dia 21 de Outubro, uma exposição de Sofia Beça na Galeria de Arte do Museu Martins Sarmento, em Guimarães. A mostra conta com a colaboração de Gustavo Costa (música) e Rui Costa (fotografia) e estará patente até 19 de Novembro.
Habitáculos
“Mediante a sociedade em que vivemos e a forma complexa e desorganizada como foi “evoluindo”, na chamada globalização, existe a necessidade de criar inúmeros habitáculos para podermos viver e resistir às condições por esta sociedade criada; tendemos para deixar para trás, atitude comum no ser humano, as verdadeiras essências da natureza.
É neste contexto que Sofia Beça decide retirar da natureza a sua verdadeira essência para lhe devolver o seu espirito e a sua visão consciente e contemporânea do mundo, transmitindo-lhe um carácter primordial e de acordo com um regresso ás origens e necessidades humanas mas com um espirito de modernidade. Para tal concebe as suas obras á margem das grandes correntes contemporâneas , o que faz com que adquiram um carácter único e pessoal, não deixando de modo algum de parte a evolução da arte da cerâmica, estando esta evidente em todo o seu trabalho.
Manuseia e molda o barro não só para expressar mas também para criar, construindo e desconstruindo, esta necessidade de um habitáculo para todos os seres vivos. Deixando um registo de imaginário e renovação de gosto visando de igual forma a consciencialização de uma sociedade gasta e confusa onde a necessidade de novas formas e novos ideais é determinante.
Sofia Beça cria uma série de possíveis habitáculos, como uma verdadeira metáfora para uma nova utopia de uma sociedade que já excedeu todos os seus limites, não deixando de lado o suporte de um registo sonoro imaginário de todos esses habitáculos, convidando o músico Gustavo Costa para criar esse ambiente. A sua música, inspirada nos sons do aglomerado de habitáculos contemporâneos, pretende assimilá-los e devolve-los de forma inesperada e com um cariz pessoal.
A exposição será complementada por imagens de Rui Costa, que através da sua visão microscópica dos habitáculos, humanos ou não, nos dará a conhecer a sua visão macroscópica do mundo: o equilíbrio e a fragilidade da condição humana perante a grandeza e imponência do estado natural de tudo que nos rodeia.
A clausura e a experiência da vida em sociedade, o isolamento e a entreajuda, a edificação de um novo modelo social e as consequentes utopias, são alguns dos paradigmas confrontados pela artista.”
Patrícia Caveiro
Nota: A exposição está a ser divulgada no espaço Casa de Sarmento, da Universidade do Minho e no "blogue" Pedra Formosa, da Sociedade Martins Sarmento de Guimarães. É também possível visualizar a exposição.
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